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segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Jasmine, um encontro de amor. (meu mini livro parte 1)


Jasmine era uma moça de longos cabelos, chegavam a ser quase ruivos, de tão dourados. Sua pele era clara, mas seu semblante era o que mais impressionava, ela tinha um olhar angelical, doce, suave, um sorriso, simpático, meigo, chegava a ser tímido. Era uma moça decente, tipo das que não se veem mais.

Jasmine mora num local próximo ao campo, ela gosta de vestir-se com vestidos longos. Ela também é  muito conservadora. Jasmine gosta de sentar em seu refúgio, próximo a plantas, árvores e flores, ela gosta de cantar para os pássaros, há sempre um gato que a segue como seu amigo fiel, ela o chama de puma, porque tem seu pelo claro, é bem ágil e esperto como se fosse um puma de verdade. 
Há dias que puma recosta a cabeça no colo de Jasmine e descansa. Jasmine acha engraçado, às vezes puma solta um miado para ela, como se estivesse dizendo algo, ela até conversa com ele muitas vezes, quando sente que precisa desabafar com alguém que realmente confie e que não vai sair falando bobagens por aí, afinal quem poderia entender a língua dos gatos?!

Jasmine andava meio triste... Cabisbaixa, não estava querendo papo com muita gente, desde que sua avó morreu, todos os dias ela ia lhe levar flores. Ela gostava principalmente das de cor branca, ela diz que branco é da paz e é isso que ela deseja para a avó, que ao despedir-se deixou um grande vazio em seu coração, já que vovó Lêca sempre era como uma grande mãe para ela, com aqueles cabelos grisalhos, uma vó que tinha tanto amor no peito quanto no coração.

Mas Jasmine sabia superar essa dor, sabia seguir, mesmo com a vovó Lêca ausente naquele momento. Na verdade Jasmine era adotada, sua mãe biológica a abandonou ainda bebê. A deixou em uma esquina abandonada para morrer, quando mãe Lúcia a viu chorando, quase morta de frio, a pegou, aninhou em seu colo e a levou para casa. A criou como sua menininha desde aquele dia. Sua adorada mãe Lúcia era muito pobre, sempre foi, mas criou Jasmine como todo o amor que tinha. Deu esse nome a ela, pois ao encontrá-la naquele beco, havia apenas uma flor de jasmim nascida na pedra que foi colocada. Pensou consigo: - Como pode uma flor nascer no meio de pedras? E como pode um bebê tão lindo sobreviver a tão descaso? Darei a essa princesa o nome de Jasmine. E assim foi chamada.


Jasmine cresceu com delicadeza, sendo criada com humildade, acompanhada pelos olhos gentis de Dona Firmina que era patroa de Lúcia, sua mãe adotiva. Dona Firmina é uma grande dama da sociedade, muito rica e cheia de bens, é uma boa mulher, mas muito rigorosa, e ensinou muito de seus valores para Jasmine, que atentamente foi educada pela boa educação e conduta que lhe foram passados.
Jasmine gostava muito de sentar e ouvir as histórias de Dona Firmina. Por vezes ria como criança, outras ficava séria, atenta as informações. Dina Firmina era viúva, morava sozinha naquela mansão, mas tinha muitos filhos e netos que vez ou outra vinham visitá-la, então a grande mansão antes vazia, apenas pelo eco e sorriso de Jasmine, ficava repleta de gente.

Jasmine ajudava sua mãe nos afazeres, Dona firmina falava que não precisava, mas Jasmine se via na obrigação e responsabilidade, já que sua mãe Lúcia estava bem velha e os traços do cansaço da idade eram aparentes, porém Dona Firmina gostava que Jasmine sentasse com ela em todas as tardes, Jantasse com ela e conversasse com ela também. 

Jasmine não era do tipo comunicativa... Nunca foi, ela conhecia bem sua história, mas não gostava de falar sobre ela. Mas o que Jasmine gostava mesmo de fazer era caminhar pelo campo, colher flores, pescar e dançar no meios das flores.

Jasmine corria livremente e até se esquecia do tempo, quando estava na natureza, parecia que tinha sido acolhida por aquele belo lugar, ali para ela não havia tristeza. Ela gostava de ler, lia de tudo, poesias, mensagens, escrituras, músicas e até compunha de vez em quando algum verso. Pensava não levar jeito para a coisa, mas como gostava de escrever e era outro de seus passatempos favoritos, ela metia-se a escrever. Ela achava que ninguém ligava para seus escritos, mas Dona Firmina gostava, e até se encantava com seus poemas, muitas vezes durante as tardes Dona Firmina pedia para que Jasmine recitasse e juntas ficavam naquela sintonia de emoção constante. Na verdade Dona Firmina tinha Jasmine como uma filha, para ela Jasmine era especial, era uma moça simples, muito simples, de gestos nobres e bonitos, sabia que Jasmine poderia fazer a diferença na vida das pessoas, porque Jasmine tinha algo grande com ela, grande no sentido de especial e incomum, um jeito de tocar a vida das pessoas de um modo que a elevavam e fazia a vida mais saborosa e menos amargosa. Jasmine era assim. 

No vigésimo aniversário de Jasmine, Dona Firmina a presenteou com um lindo vestido branco, Jasmine na mesma hora colocou o vestido e foi correr no campo, ela gostava de sentir a brisa do vento em seu rosto e cabelos. Era um modo de sentir o toque do vento. Ela dizia: - Eu não posso vê-lo, mas posso senti-lo. Dona Firmina ria toda vez que ela dizia isso.
- Eu não posso vê-lo, mas posso senti-lo.
E Dona Firmina perguntava:
- E o que sentes Jasmine?
- Eu sinto que ele está perto, ainda que eu não possa tocá-lo. Eu o sinto delicadamente chegando, mas repentinamente ele vai embora e desaparece, então quando a brisa está forte, tenho de correr rápido para o campo, pois sei que o encontrarei novamente. Mas logo ele vai embora e o perco outra vez.
Dona Firmina dizia que parecia até que ela falava de um príncipe encantado. Ela ria com isso. Jasmine nunca havia despertado para o amor, haviam muitos rapazes nobres que desejavam compromisso sério com Jasmine, mas ela dizia não ter tempo para aquilo. Dona Firmina perguntava:
- E para que você tem tempo Jasmine? Para correr no campo apenas? E ria.
- Meu tempo é segredo. Brincava Jasmine.


Há muito tempo os familiares de Dona Firmina não iam visitá-la, cada um tinha sua própria vida, na verdade Dona Firmina era que ia visitá-los, já que a mansão no campo era muito distante de onde eles morava, na verdade era dias para se deslocar de um local a outro. Então Jasmine só viu os familiares de Dona Firmina quando tinha 12 anos, faziam exatamente 8 anos que não via ninguém e talvez eles nem lembrassem dela, já que a moça cresceu muito e se tornou ainda mais bela.


Todos estavam se preparando para a chegada dos convidados e familiares de Dona Firmina. Toda a família viria para uma grande festa, já que dona Firmina completaria 70 anos de vida. Ela resolveu pedir a ajuda de Jasmine para organizar tudo, já que Jasmine era muito prendada... Jasmine passou muitos meses pensando em tudo e planejando a festa de comemoração. Até que chegou o grande dia. Toda a mansão estava repleta de flores e ornamentações, havia muitas frutas e comidas. No total a mansão receberia 100 convidados e aproveitando a ocasião alguns de seus familiares passariam todo o verão ali. Sua filha Adele casada com Álvaro e mais seus 4 filhos Lemon, Daniel, Rubens e Pietro estariam todos presentes e ficariam junto ao seus pais durante o verão. Todos já eram adultos, o mais novo era Pietro que tinha 26 anos e acabara de se formar em medicina. 

Jasmine estava muito ansiosa para a doce ocasião de rever a todos e de prestigiar Dona Firmina com muita honra e alegria. Dona Firmina quase chorou ao ver todo o cuidado que Jasmine teve em produzir e confeccionar muitos dos detalhes da festa. Os arranjos que Jasmine havia feito, era simplesmente belíssimo! Primoroso!

Então o grande dia chegou, havia tanta gente que Jasmine se sentiu sufocada em determinada ocasião, ela não estava acostumada a ver tanta gente na casa, já que a mansão estava sempre apenas com poucas pessoas. Então Jasmine correu por um instante lá para fora para tomar ar, foi um pouco mais distante, tudo estava bem iluminado. Todos os convidados já haviam chegado, havia muito barulho, comiam, riam e conversavam sobre as novidades com Dona Firmina, ela era o centro das atenções naquela noite, então Jasmine entrou pela porta principal e todos viram quão bela estava Jasmine e muitos perguntaram quem era. Dona firmina rindo alto disse:

- Não se lembram? Essa é Jasmine, filha de nossa querida amiga Lúcia!
Então os convidados diziam:
- Ah! Como ela cresceu, está tão diferente, bela e elegante! Dona Firmina sorria orgulhosa, como se Jasmine fosse sua própria filha. Dona Firmina era bem generosa e Jasmine era sua protegida.

Sua filha Adele não pareceu gostar, já que ela sempre foi a filha predileta de sua mãe, mas com os anos de distância e a ausência, a proximidade com  Adele acabou sendo resfriada, e pensou Adele, Jasmine havia tomado seu lugar! Tolo pensamento, pois ninguém toma o lugar de ninguém no coração e na vida!

Adele seria uma pedra no sapatinho de Jasmine a partir daí, já que passou a ter um pesado ciúme sobre a pobre garota, que apenas era gentil com todos. Adele era o tipo de cobra peçonhenta, sempre foi, sempre discutia com todos para fazerem seus gostos, já seu esposo coitado! Era um bom homem, suportava as loucuras de Adele, mas ainda assim a amava e tinha tido 4 filhos com ela. 

A verdade era que desde muito antes Adele não suportava Jasmine, Adele brigava com Jasmine e a beliscava sempre que podia. Já Jasmine amava Adele como se fosse sua irmã mais velha, mas elas não eram irmãs, nunca foram e para Adele nunca seria. Adele não gostava da presença de Jasmine. Ainda bem jovens, Adele dizia a mãe que iria brincar com Jasmine e durante esse tempo aprontava com a pobre menina, a deixava sozinha no campo distante sempre que podia, perdida por horas, quando Jasmine encontrava o caminho de volta para casa, Adele fingia estar preocupada e a abraçava, colocando-a em seu colo e dizia:
- Pobre menina Jasmine eu a perdi! Graças aos céus a encontrei! Que bom que retornou! Dona Firmina nunca houvera desconfiado de nada em absoluto, pois Adele sabia fingir bem. O grande desejo de Adele era que Jasmine fosse encontrada morta de fome ou frio, ela odiava a menina e seu amor nunca cresceu ou seu ódio foi apagado e agora que retornou seria pior, já que Jasmine havia crescido e tinha ainda mais valor para a mãe. 

Adele não era a única filha de Dona Firmina, além dela haviam outra mulher: Lindaura, Rodolfo e Isaque. A família era bem grande, cada um com seus filhos e netos, Os outros já eram avós, apenas Adele era a encrenqueira. Sempre foi conhecida como rabugenta e chata.
Mas todos a suportavam. 

Quando Adele reviu Jasmine nem pode acreditar! Jasmine correu para abraçá-la toda feliz e deu-lhe um beijo no rosto, toda contente. Adele imediatamente limpou o rosto com um lenço e todos notaram sua indiscrição. Mas Jasmine não ligou. Jasmine disse:
- Que bom vê-la querida Adele! Quanta saudade!
Adele sorriu falsamente e disse:
- Está muito diferente, parece que mamãe reformou seu guarda-roupa menina!
Jasmine sorriu e disse:
- Não é lindo? Foi sua mãe mesmo quem me deu este vestido! Ela tem muito bom gostoso e não deixou de ser gentil comigo!
- Logo vejo! Respondeu Adele.



A festa estava repleta e foi justamente nesta hora que Jasmine resolveu sair novamente para o lago.
CONTINUA...

Veja a parte dois:

P.S: Comentem o que estão achando se gostarem. Eu agradeço.
Fernanda Ferraz.

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